Simão Jatene: pressões internas pesaram na balança, que pendeu para o lado da disputa pela reeleição
Meia-volta, volver.
O martelo está batido. Pelo menos até agora. Amanhã, pode até ser que não mais esteja. Mas amanhã é outro dia, como vocês sabem. O governador Simão Jatene desistiu de desistir. Desistiu de continuar embaralhando as cartas. Não conseguiu resistir às pressões internas. Depois de contatos com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e com o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Jatene achou por bem arquivar seus planos de desincompatibilizar-se do cargo no início de abril, como ele mesmo anunciara publicamente. E achou por bem, além disso, concorrer ao governo do Estado nas eleições de outubro vindouro. Três fontes do PSDB - até então reclusas, na muda e mudas, ou porque não eram provocadas, ou porque, provocadas, preferiam mesmo observar a cautela para não se expor demais - admitiram claramente ao Espaço Aberto que o projeto acalentado e anunciado por Jatene, de desincompatibilizar-se do cargo, estava em sintonia com um um outro passo subsequente: o de retirar-se da vida pública, ainda que não da política, passando a preparar o atual vice-governador, Helenilson Pontes, como o candidato à sua sucessão. Com as pressões avolumando-se, Jatene avaliou melhor. Depois de conversar com Alckmin e Aécio, avaliou que o cenário que se apresenta, com a forte possibilidade de concretizar-se uma aliança entre o PMDB e o PT, é complicado para os tucanos. Mas avaliou também que não lhe restava outra alternativa senão concorrer ao cargo, eis que eventual desistência esfacelaria irremediavelmente o PSDB. E assim será. Círculos próximos a Jatene dizem que também pesou na balança a avaliação de que o atual governo, depois de três anos de seca, sem obras para mostrar em decorrência de ajustes estruturais que precisavam ser feitos, terá nos próximos meses o seu período de colheita, ou seja, um rol de realizações que poderão revelar, claramente, um estilo mais operoso, digamos assim, da administração tucana. Para isso, todavia, Jatene não mais deixará o governo. "Se ele deixar o cargo, não terá condições alguma de se reeleger", sentenciou uma fonte. "Por enquanto, essa possibilidade está suspensa. Isso só ocorreria de acordo com a intenção anterior, que era a de não disputar o governo", reforçou uma outra fonte. É isso. Meia-volta, volver. O martelo está batido. Pelo menos até agora. Amanhã pode mudar. Mas amanhã é um outro dia. Sobretudo na política.
Fonte: Espaço Aberto.
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18 de fev. de 2014
Jatene candidato
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