29 de mai. de 2009

Greve de Professores ainda sem rumo


Depois de mais uma rodada de negociação sem acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), os servidores da rede estadual mantiveram os braços cruzados em boa parte do Estado. 95% das escolas estaduais da Região Metropolitana de Belém estão paradas, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará (Sintepp). Da mesma forma, 71 municípios do interior continuam sem aulas. Uma nova assembleia geral da categoria transcorre a partir das 9h de hoje em frente à Escola Estadual Paes de Carvalho, na praça da Bandeira, para decidir os rumos da greve; mas ainda não há expectativas para a volta às aulas, segundo o sindicato.

Nesta sexta-feira, completam-se 23 dias desde que a greve foi deflagrada pelos servidores estaduais de educação. Pelo menos 17 mil trabalhadores e 600 escolas estaduais paraenses já foram afetados. O principal objetivo do Sintepp com a paralisação é pressionar o Governo do Estado a aceitar as exigências da categoria - entre elas, o reajuste de pelo menos 30% do piso salarial, atualmente fixado em apenas R$ 430, o aumento do ticket-alimentação para R$ 300 e o reajuste do abono do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), atualmente fixado em R$ 1,33 por hora aula incorporados à folha de pagamento, para até R$ 2/ hora aula.

A posição do governo é de que, diante da crise econômica e da redução de até 8,5% nas arrecadações do Estado, não há como atender tais demandas. O reajuste salarial proposto é de 6% para servidores de nível superior, 9,93% para o nível médio e 12,05% para o operacional, o que iguala o piso ao salário mínimo atual, com pequena variação acima da inflação do período.

Uma comissão para discutir a questão do abono ligado ao Fundeb foi montada, mas a negociação entre governo e Sintepp voltou a emperrar: a Seduc diz que não pode destinar mais de 65% dos recursos às folha de pagamento - já que o fundo se destina, também, à manutenção e equipamento de escolas -, enquanto que os servidores argumentam que tal medida é perfeitamente viável.

Por conta de tais divergências, segundo a coordenadora do Sintepp Conceição Holanda, ainda não há qualquer perspectiva de fim à greve na rede estadual de ensino.


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